domingo, 20 de março de 2016

MAGIA DAS FLORES




No tempo de nossos ancestrais, as pessoas viviam em comunhão com a Natureza. Elas acordavam assim que o Sol aparecia no horizonte e se recolhiam em suas casas assim que ele se punha. Mantinham o ritmo natural, cultivando alimentos e repousando a terra conforme o ciclo das estações do ano.
Hoje perdemos este “relógio” natural, trabalhando até tarde iluminados pela luz elétrica e comendo frutas e vegetais disponíveis o ano todo, ao invés daqueles fornecidos pelas estações. Nos tornamos insensíveis a nós mesmos, aos nossos corações e mentes, ignorando e sufocando os sentimentos e desejos internos e nos ajustando ao mundo artificial que nos cerca. As construções modernas nos afastaram de nossos vizinhos, acabando com o ambiente rural de amizade e coleguismo. O ritmo da vida acelerou-se a tal ponto, que nunca temos tempo para realizar o que gostaríamos, mas temos muito tempo para passar em longas filas, em engarrafamentos e em caixas de supermercado.
A vida que levamos hoje é altamente artificial e à parte da Natureza. E quando nos afastamos da Natureza, nos afastamos da verdadeira magia. Assim sendo, é imperativo, para aqueles que buscam a magia, voltar-se para um modo de vida em comunhão com o mundo natural.
Para trilhar um caminho que reconduz à harmonia com a Natureza, é necessário coragem. Pois estes não são caminhos seguidos pela maioria, e poderão parecer solitários e estranhos. Mas mesmo os primeiros passos na direção de um estilo de vida consciente poderão trazer muitos benefícios.
A Magia Natural é um destes caminhos. Ela ensina seus seguidores a dar ouvidos à intuição, aos sentimentos e desejos interiores. Ela nos conta que nós não seremos humanos de verdade com cérebros inteligentes e corações vazios. Ela nos mostra que não teremos vida de verdade, a menos que estejamos imersos e conscientes da magia que é a Mãe Natureza.
Quando você tiver reunido coragem e vontade para redescobrir a magia deixada por nossos ancestrais, será gentilmente guiado na direção certa. Basta prestar atenção e ouvir sua intuição!
Perceba que as casas de nossos ancestrais, avós e tios mais velhos, são geralmente cercadas por muitas flores. As flores sempre foram muito utilizadas na Magia Natural, não só por sua forma e beleza, mas principalmente por seus poderes ocultos. Este conhecimento, agora adormecido para a maioria das pessoas, é exibido no próprio nome que damos a algumas plantas e flores de jardim.
Por exemplo, Amor-perfeito e Beijo de Moça são plantados para dar mais ternura aos canteiros, e não seria de admirar que estas duas flores sejam utilizadas em feitiços de amor. O perene Dinheiro-em-penca é ótimo para a confecção de talismãs para atrair fortuna e prosperidade. Sempre-viva e Boca de Leão são boas para feitiços de cura e proteção.
Mas não só em feitiços e talismãs são utilizadas as flores – elas também podem conter mensagens! No período Vitoriano, a linguagem secreta das flores foi popularmente difundida por todo o Império Britânico. Todos os ramalhetes e buquês eram cuidadosamente preparados por quem os dava e depois examinados minuciosamente por quem os recebia, para descobrir que mensagem podiam conter. A cada flor era dado um significado em particular. Assim, um Cravo fortemente colorido significava “sim”, enquanto que um outro despetalado queria dizer “não”. As Rosas simbolizavam amor verdadeiro, mas um buquê de Rosas de cores diferentes indicava felicidade eterna ou um breve flerte. Flores de Alecrim representavam lembranças, e todos os tipos de flores de árvores frutíferas, flores do campo e botões indicavam várias formas de afeição, da amizade ao amor eterno.
A Wicca e a floromancia (a arte de utilizar os poderes ocultos das flores) adotaram esta linguagem. Mas, na bruxaria, a “conversa” com as flores vai um pouco além de respostas afirmativas e negativas e recadinhos do coração. Flores simples, como a Rosa Selvagem e o botão de Macieira, são usadas para simbolizar o maior símbolo da Wicca – o Pentagrama – devido às cinco pétalas destas flores estarem arranjadas como uma estrela de cinco pontas, ou um pentagrama. Assim como as flores não duram muito tempo, elas também representam a efemeridade da energia e o cuidado que devemos ter ao lidar com magia, pois a corrente energética pode se quebrar facilmente como as pétalas de uma flor.
Outro exemplo da conversação mágica é o próprio desabrochar de certas flores. Devemos sempre ficar atentos a flores novas que se abrem no nosso jardim ou no caminho para nosso trabalho. Uma flor que subitamente desabrocha pode ser um sinal para prestarmos atenção à correspondente área de nossa vida que ela representa: se notarmos um Dente de Leão, ele pode indicar que devemos nos voltar mais para nossos amigos e prezar pela qualidade de nossas amizades; se nosso jardim amanhecer tomado por Margaridas em flor (a Margarida é um símbolo de inocência), isso pode significar que estamos sendo muito ingênuos em determinada situação, ou que inocentes ao nosso redor (crianças e animais) precisam de proteção.
Flores também são utilizadas no altar para representar as estações do ano ou as intenções da cerimônia e dos feitiços. As cores das flores do altar devem estar de acordo com os intentos: flores azuis e violetas para feitiços de conhecimento e cura; flores brancas e botões brancos de árvores frutíferas para ritos de paz; as cor-de-rosa para magia de amor; amarelas para feitiços de amizade e estudo. Sempre é bom consultar uma tabela contendo o significado e as propriedades mágicas das flores mais utilizadas, se houver dúvida.
Talvez a magia das flores possa parecer complicada. Se você se sentir inseguro para produzir um feitiço ou ritual complicado, por que não arranjar algumas flores comestíveis e utilizar as cores e os poderes mágicos destas plantas para criar uma poderosa receita mágica? Muitas flores são comestíveis e dão um colorido especial a saladas. Podemos usar pétalas de Rosa, Cravos de Defunto, Nastúrcios ou Crisântemos. Algumas podem ser passadas em clara de ovo e açúcar para dar um toque especial a um bolo de festa ou centro de mesa. Cravos vermelhos podem ser congelados, conjuntamente com água em forminhas de gelo, para dar um efeito inesperado às bebidas.
Isso pode não parecer magia, mas saiba que estas habilidades de perfumar, dar sabor e decorar alimentos com flores remontam a milhares de anos. Muitas das fontes sagradas e templos pagãos do passado eram sempre decorados com guirlandas de flores, e as pessoas que faziam pedidos aos Deuses traziam oferendas de flores, alimentos e bolos aromatizados com flores – outro aspecto esquecido da nossa herança deixada por nossos ancestrais.
Ainda hoje, a velha tradição de enfeitar fontes e poços de água pode ser vista no norte e oeste da Inglaterra. Um grande canteiro de argila é preparado ao redor do poço ou da fonte. Em seguida, os participantes vão “desenhando” uma figura com pétalas coloridas, samambaias, musgos, pequenos frutos e flores silvestres. Desse modo, uma bela figura é formada. Ela durará apenas o tempo de um breve feitiço, mas é uma forma ancestral de agradecer pela água que dá vida. Você pode experimentar fazer isso, numa escala menor se preferir, e confeccionar uma figura de oferenda, ou um simples talismã flor, construindo um canteiro de argila numa travessa.
Você também pode deixar orações para a Mãe Natureza na forma de jardins completos, utilizando plantas inteiras em desenvolvimento, ao invés de flores cortadas. Pode fazer círculos de proteção ou cura, ou deixar mensagens de amor.
Não é possível ensinar todos os usos das flores na magia. Grande parte deste conhecimento ancestral se perdeu, pois era passado de geração em geração dentro das famílias. A intuição nos ajudará a redescobrir quais servem para banhos, purificações, previsões e demais fins. Todas as flores têm vários usos – desde servirem para materiais artísticos e arranjos para enfeitarem nossas casas, até a produção de corantes, remédios e alimentos.
Devemos respeitar, de todas as maneiras, essas fontes de materiais valiosos. Quando precisarmos de flores, devemos sempre pedir permissão à planta, pois todos os seres têm consciência (ainda que em níveis diferentes do nosso) e com as plantas não seria diferente. Devemos colher apenas o suficiente e termos cuidado para não prejudicar a planta toda.
Para aprender mais sobre os usos das flores, você vai precisar de conselhos especializados. Alguns podem vir de livros, amigos e jardineiros. Ou, se quiser os conselhos mais valiosos, os encontrará com seus parentes mais velhos. Também é preciso saber que a verdadeira sabedoria pode vir de dentro de nós mesmos, se quisermos confiar nas fontes herdadas e nas antigas lembranças de nossos ancestrais.



FONTES:

Elementos da Magia NaturalMarian Green.
Magia NaturalDoreen Valiente.
The Green Wiccan HerbalSilja Muller.

domingo, 17 de janeiro de 2016

HULA (Dança havaiana)

Como é o Hula?
O Hula é a alma do Hawaii expressa com emoção e singeleza na dança. Ninguém sabe exatamente sua origem, mas os havaianos concordam que o primeiro Hula foi apresentado como um ritual sagrado, oferecido a um alguma divindade.
O Hula é dançado tanto por homens quanto por mulheres e o hula havaiano é diferente das danças polinésias, ainda que ambas tenham-se originado durante alguma cerimônia religiosa e que ao longo dos séculos tenham-se transformado em uma forma de entretenimento e comemoração.



Todo movimento no hula tem um significado especial, tão complexo quanto as danças tailandesa e indiana. Perceber isso e tentar identificá-los dará ao expectador uma dimensão muito maior da dança, uma satisfação especial e saborosa. Não apenas os movimentos, mas cada expressão fisionômica e olhar têm um significado relevante no Hula.


Os movimentos do corpo de uma dançarina podem tanto representar plantas como animais e até mesmo guerras, batalhas. Por exemplo, a imitação de um tubarão ou o movimento de uma palmeira ao vento na durante a dança significa a representação destes e mais, que o dançarino representa, teatralmente, que pode transformar-se num tubarão ou numa palmeira.


As cantigas acompanham os movimentos e ajudam a contar a história. Sim, uma dança hula conta uma história. Usualmente as canções é que descrevem a história e os movimentos são coadjuvantes. Com o tempo, por causa do fato de que poucos entendem havaiano, os movimentos passaram a ter importância quase igual à letra da música, o que deu graciosidade e conteúdo maiores ao gestos, destacando-os na dança.



O costume é que as dançarinas usem leis no pescoço, cabeça e num dos pulsos, vistam opau, - uma saia feita de folhas detapa - e okupea, argola usada no tornozelo, feita de ossos de baleia ou dentes de cachorros.


Por ser fundamentalmente uma dança religiosa, frequentar as halau hula (escolas de hula) era algo extremamente restrito a algumas poucas havaianas. Os alunos de hula seguem até hoje elaboradas normas de conduta (kapu) e devem obediência ao professor (kumu). Por exemplo, dançarinas não podem cortar quando quiserem suas unhas e cabelos, não podem comer certos alimentos e o sexo é restrito. Um assistente do kumu, o hoopaa, auxilia a aula tocando tambores e cantando. Durante as aulas um aluno que se destaca é sempre eleito monitor de turma.


As danças são sempre arpesentadas em uma plataforma com um altar dedicado à divindade chamada Laka, decorado com flores e folhas de parreira. A graduação de um dançarino de Hula é uma cerimônia importante e especial, que respeita um complexo protocolo.


Hula kahiko(estilo antigo) usa  cânticos e é acompanhado apenas de percursão. O Hula auana (moderno) é acompanhado de músicas, ukuleles, guitarras, percusão e outros instrumentos, com dançarinos em diversos trajes típicos, bastante imaginativos e coloridos, que ajudam no desenvolvimento do tema.

E aí? Gostaram do post de hoje? Com certeza mais sobre o tema verão por aqui. Me identifico bastante com as danças das ilhas. Então sempre estarei postando aqui sobre a história desses povos, seus costumes e suas culturas. Acho liiiindooo.. A minha identificação com tudo isso é incrível!
Um forte abraço a todos! Aguardem que muito mais novidades relacionadas ás ilhas e os antigos povos que habitavam nelas, virão. Pra quem se identifica será um prato cheio assim como é pra mim!
;)


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

IA ORANA, FAKARAVA – REFÚGIO POLINÉSIO

No arquipélago de Tuamotu, na Polinésia Francesa, descansa o inebriante atol de Fakarava. Ia orana, no dialeto polinésio, é a saudação que nos convida a mergulhar em um mundo desconhecido. Algo como “olá” ou “seja bem vindo”. Mesmo mergulhadores muitas vezes desconhecem esse paraíso. Bem diferente das famosas ilhas do arquipélago, como Bora Bora e Moorea, (as mais requisitadas). Mas com aquela mesma visão idílica do mar azul turqueza, Fakarava é um lugar simples, onde o maior luxo está na observação da natureza. 
Lindo demaisss.. Meu coração bate forte aqui.. saindo pela boca.. rs.. Meus olhos formam até coraçõezinhos de amor..  Meu coração de sereia não aguenta! rs 

Fakarava (Foto: google)
Vizinha de Rangiroa, o atol mais conhecido de Tuamotu, Fakarava é um refúgio para os tubarões e para os amantes dos grandes pelágicos. Felizmente, nos dias de hoje, apesar de toda a pressão do finning e da sobrepesca, os tubarões ainda reinam nas águas desta jóia polinésia. Além de serem protegidos neste território, as águas de Fakarava são patrimônio mundial da UNESCO e guardam outro segredo que garante a presença dos big guys: correntes fortíssimas. Como diria um amigo inglês: “no current, no sharks” (sem corrente, nada de tubarões)!

Tubarões-Cinzentos-de-Recife (Foto: Raquel Rossa)
Fakarava possui duas grandes passagens, uma ao norte a passe de Garuae, a maior da Polinésia, com 1600m de largura, conhecida como te ava nui (“a passagem infinita”), e outra ao sul, a passe de Tumakohua. A passagem sul é um lugar isolado e de acesso possível apenas pela lagoa do atol, distante cerca de 1h30 de lancha rápida do norte de Fakarava, onde encontram-se o aeroporto e a vila central. Porém, é lá que se encarna o paraíso dos tubarões! A 40 metros de profundidade, cardumes com centenas de tubarões cinzentos de recife, silky sharks, galhas prateada, galhas branca de recife, além de uma infinidade de peixes ósseos e outras criaturas marinhas, nadam sincronizadamente nas fortes correntes, que podem atingir até 12 nós, algo em torno de 22 km/h! De causar inveja para nós, meros mortais, que tentamos fazer às vezes de peixes ou tubarões com os nossos cilindros nas costas, esforçando-nos a manter a frequência cardiorrespiratória e, no meu caso, ainda segurando uma caixa estanque nas mãos para registrar o balé magnífico destes seres marinhos.
Tubarões-Cinzentos-de-Recife (Foto: Raquel Rossa)

Carcharhinus amblyrhynchos – Tubarões cinzentos de recife
Cardume de Carcharhinus amblyrhynchos (Foto: Raquel Rossa)

Espécie mais facilmente avistada em Fakarava, encontra-se distribuída por todo o Índico oriental até o Pacífico central. O nome comum cinzento de recife deve-se à coloração característica da porção dorsal, o cinza, mas possuem o ventre branco, além de manchas brancas na ponta da primeira nadadeira dorsal, pretas na margem da caudal e das demais nadadeiras. Tubarões de corpo alongado, apresentam o focinho arredondado e pontudo, olhos redondos e peitorais falciformes. Habitam águas continentais e insulares, com comportamento costeiro e pelágico, sobretudo sobre recifes de corais, atóis, suas lagoas e passagens com fortes correntes. Os neonatos variam entre 45-75cm e, quando adultos, atingem um comprimento máximo de 2,5m. São tubarões vivíparos lecitotróficos, e o embrião se nutre de reservas armazenadas em uma bolsa vitelínica. A gestação dura aproximadamente um ano, resultando em uma prole de 1 a 6 filhotes. Os indivíduos atingem a maturidade sexual apenas após 7 anos e meio, e a longevidade da espécie é de 25 anos. Alimentam-se de pequenos peixes ósseos, cefalópodes e crustáceos.


FONTE: http://www.aprenda.bio.br/portal/?p=5575

POLINÉSIOS (Um pouco da história)

Eu acredito ter pertencido mesmo a esses povos em algumas de minhas encarnações. Opa! Lembro-me que falei algo semelhante em algum post anterior (rsrs).  Pois tenho uma atração incrível pelas ilhas do pacífico, por suas culturas, artes.. nossaaa.. viajoo... vislumbro! Acho essas ilhas, mais algumas outras, claro. Que são muitas no nosso mundão. Simplesmente maravilhosas! Verdadeiros paraísos aqui na terra! A Polinésia Francesa e o Hawaii estão nos primeiros lugares no meu ranking! Eu já pertenci a esse povo. Tenho certeza! Mas aqui no Brasil não deve nada para as gringas. Tem cada praia.. cada lugar lindo de se perder de vista também. Aquele climão tropical e colorido que amo! Nossa! Morando no litoral, tô feliz. Minha vida é a praia. É o mar!





Hoje trago a história dos polinésios. 
Sei que está um pouco resumida. Mas já trará um pouco do conhecimento sobre eles a nós. Um pouco de suas culturas e história. Em breve postarei mais sobre eles, já que é um assunto que muito me interessa. Que me identifico bastante e que hoje sabem que não é novidade. ;)





Os polinésios já navegavam pelo oceano Pacífico havia 9 séculos quando Jesus pregava na Galileia. Saíram do sul da Ásia e quase chegaram à América do Sul sem bússolas e astrolábios. Como foram tão longe?

Texto Lidiane Aires | 30/08/2012 18h42
Sem escrita e sem dominar a fundição de metais, os polinésios fizeram um “império” que só perde para o Mongol em área – inacreditáveis 22,5 milhões de km². Quase nada é terra. 

Cerca de 90% da área terrestre é ocupada pela Nova Zelândia. Dos 10% restantes, metade é o Havaí. Eles lançaram-se ao mar por pura necessidade. Sempre que havia o risco de romper o equilíbrio ecológico por causa da explosão demográfica, um grupo deixava o lugar e partia em busca de uma nova ilha para colonizar. Hoje eles ainda estão por ali. Da Oceania à ilha de Páscoa, são 7,1 mil km. De lá, o vértice do triângulo sobe até o arquipélago havaiano, a 7,5 mil km, pouco menos do que seguir em linha reta do Rio de Janeiro a Lisboa.

“Esses lugares são certamente o paraíso do mundo e se a felicidade pudesse ser o resultado da situação e conveniência, aqui deveria ser encontrada na mais alta perfeição”, escreveu o tenente inglês William Bligh ao comentar o Taiti, onde ancorou o HMS Bounty, em 1788, para buscar mudas de fruta-pão. Bligh seria vítima de um dos mais famosos motins dos Sete Mares, liderado por seu imediato Fletcher Christian (há dois filmes, um deles com Marlon Brando, sobre o episódio, mas isso é outra história). Apesar de famoso pelos maus-tratos que dedicava à tripulação, Bligh é lembrado por percorrer 6,6 mil km após ser expulso do Bounty em uma pequena barcaça. O feito era digno de um polinésio.
Clique na imagem para ampliar (Ilustração Bruno Algarve)

Os antropólogos, baseados em estudos comparativos da língua austronésia e análise de DNA, acreditam que os polinésios chegaram à Nova Guiné vindos de Taiwan, no sul da China, 4 mil anos atrás. Dali, partiram para as ilhas Salomão e, depois, para Samoa, Fiji e Tonga. A beleza natural e a índole da população que ocupou a imensidão marítima do Pacífico geraram uma cultura pródiga. Para olhos destreinados, o mar aberto é uma monotonia líquida em todas as direções. Povo do mar, os polinésios aprenderam a direcionar seus barcos, os vakas, seguindo sinais. Provavelmente foram os primeiros a utilizar as estrelas para se localizar no oceano.

Também sabiam interpretar o voo de aves migratórias, a formação das ondas e até a cor das nuvens, cujos tons refletiam a areia ou a vegetação de uma ilha atrás do horizonte. Também observaram as correntes e os ventos. A cor da água e a fumaça de vulcões eram pistas de presença de terra. Usavam uma espécie de mapa com registros de marés e correntes nos quais as ilhas eram representadas por conchas. Os mapas marítimos permitiam a eles navegar até locais longínquos. Quando exploravam o oceano, levavam o que podiam. 

Cachorros, porcos e galinhas, além de mudas de planta, faziam parte da bagagem. Mulheres e crianças eram parte da tripulação. Em territórios próximos, estabeleceu-se o comércio. Trocava-se, por exemplo, obsidiana para a fabricação de ferramentas por sementes e adornos. Além de dividirem o mesmo tronco linguístico, alguns valores culturais permaneceram idênticos – mesmo em locais de colonização tardia, distantes e isolados. “As culturas vivem em constante mudança e a arte de polinésios hoje reflete isso. Nas últimas décadas, criaram um estilo panpolinésio de se expressar único e moderno. É uma marca de identificação pessoal e orgulho cultural”, afirma a antropóloga Tricia Allen, da Universidade do Havaí. 

A religiosidade polinésia tratava certas pessoas como possuidores de mana, um poder sobrenatural que também podia ser encontrado em árvores e pedras. É o poder entendido como "capacidade de fazer alguma coisa”. O mana estava cercado por proibições, ou tabus, que na língua dos polinésios de Tonga representa algo sagrado demais e que por isso deve ser interditado aos humanos. A palavra entrou para o vocabulário ocidental pelo inglês do diário de James Cook, o capitão que descobriu a maioria das ilhas polinésias. “Criados usavam instrumentos longos para dar comida aos sacerdotes por causa do tabu”, escreveu Karen Farrington em História Ilustrada da Religião. Havia tabus específicos para o casamento, o parto e a morte.

Como nas ocas dos índios brasileiros, os clãs viviam sob o mesmo teto e os laços de sangue tinham grande importância. Não conheciam a roda e tiravam tudo o que precisavam do mar. Uma tradição encontrada por todo o Pacífico é a do mahu. Alguém da família era escalado para cuidar dos pais na velhice, uma tarefa feminina. Por causa disso, o eleito, qualquer que fosse seu sexo biológico, virava menina. Eram identificados por uma flor que usavam na orelha direita. Podiam se casar, adotar filhos e eram tratados com respeito pela sociedade.

Parte da cultura polinésia é a tatuagem, sua linguagem corporal. Uma pessoa desenhada com pigmentos pontuados na pele com instrumentos de bambu, madeira ou osso se identificava sem pronunciar uma palavra. O desenho identificava quem ele era: sua ilha de origem e posição na hierarquia insular. Também funcionava como rito de passagem. O corpo costumava ser marcado pela primeira vez na adolescência, mas se guardava espaço para registrar o que viesse a acontecer no futuro.

O limite leste dos polinésios foi Rapa Nui. “Pequenos, magros, tímidos e miseráveis”, registrou Cook em seu diário ao descrever os habitantes do lugar em 1774. A ilha de Páscoa era tão isolada que os moradores acreditavam estar “no umbigo do mundo” (de fato, é o local mais afastado de outro lugar habitado na Terra). Por séculos, esculpiram figuras cada vez maiores em pedra. Os moais eram uma espécie de telefone para se comunicar com os antepassados. Quem sobreviveu em Páscoa foi aprisionado e enviado ao Peru para trabalhar em 

minas. Hoje, a população polinésia de pasquenses não passa de 2 mil habitantes. Desde 1888, a ilha pertence ao Chile. “Eles são um exemplo de sociedade que se destruiu por excesso de exploração de seus próprios recursos”, escreveu Jared Diamond em Colapso.

O ponto mais ao norte da Polinésia é o Havaí, onde termina o relato de Cook. Em sua segunda viagem à ilha, ele se desentendeu com os nativos por causa de um bote roubado e foi morto. Entre os havaianos que conheceram Cook, estava o sobrinho do rei, Kamehameha. Quando o rei morreu, em 1782, ele iniciou uma série de batalhas, que levariam à unificação do arquipélago, em 1810. Os polinésios formaram um grupo cultural coeso apesar da dispersão geográfica. Para alguns autores, eles foram adiante. Muitas ilhas consomem batata-doce, um produto da América do Sul. No Chile, foram encontrados ossos de galinha, animal que viajava com os polinésios. Há quem garanta que o povo do mar colonizou a ilha de Madagascar, na África. Mas mesmo que ainda hoje o turista se encante com a beleza natural e a alegria dos moradores de ilhas como o Taiti, a região enfrenta sérios problemas. É uma das mais ameaçadas pelo aquecimento global. A ilha de Tuvalu, por exemplo, vem perdendo terreno para o oceano Pacífico. O legado polinésio corre o risco de ficar embaixo d’água.

A cultura da onda
Qualquer praia com alguma ondulação – mesmo que de “meio metrinho”, para usar uma expressão do meio – tem um surfista. O esporte se espalhou pelo mundo a partir dos EUA, mas a prática de se equilibrar em uma tábua de madeira nasceu no Havaí, o local da Terra com as melhores ondulações, ou swell. Surfe em polinésio é he’enalu. Foi descrito pela primeira vez por Joseph Banks, que estava na expedição de James Cook de 1769. Os chefes locais tinham as melhores pranchas e só eles podiam surfar em determinadas praias.

Quando os primeiros missionários cristãos chegaram ao arquipélago, tentaram banir o surfe. E a prática, identificada com rituais pagãos, entrou numa espécie de limbo por mais de 100 anos, até ser resgatada pelo nadador e medalhista olímpico Duke Paoa Kahanamoku na década de 20 do século passado. Além do Havaí, o surfe prosperou em Samoa e Tonga.

Vakas Moanas

Os polinésios desenvolveram elegantes técnicas de construção naval. Fragmentos de canoas antigas escavadas na Nova Zelândia e petroglifos encontrados na ilha de Páscoa mostram que as vakas (“canoas” na língua polinésia) eram geralmente duplas e possuíam duas velas triangulares, feitas de fibra de coco. As técnicas para esse tipo de canoa apareceram entre 4 e 5 mil anos atrás. O design mudou um pouco conforme a migração, mas as canoas mantiveram suas características principais, como os cascos interligados e as forquilhas 

(espécie de flutuador lateral), usadas para dar estabilidade. Os cascos eram escavados direto no tronco das árvores. No Havaí, usava-se a madeira da koa, uma das mais populares da ilha, para a confecção. As vakas permitiam aos polinésios navegar até 200 km por dia e serviram de inspiração para a Hokule’a, a réplica de uma tradicional embarcação havaiana, aberta à visitação em Honolulu, no Havaí.

LIVRO
Vaka Moana, Voyages of the Ancestors: The Discovery and Settlement of the Pacific, K. R. Howe, 2007

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

ALOHA e MAHALO



Hoje trago para vocês o significado dessas 2 palavras havaianas, que são como verdadeiros "mantras". Além dessas,
 tem as palavras chaves do HO'OPONOPONO (método de cura havaiano)  que uso sempre no meu dia a dia e que também são como mantras.
Servem para nos abençoar, purificar, nos libertar, nos curar por inteiro. Resumindo... É para tudo, tudo! Perfeitas para transformarmos nossas vidas para vidas mais cheias de amor e de bençãos. É baseado também em gratidão, perdão.. Acho lindo tudo isso. Não é atoa que me aprofundei nesse conhecimento. Mas agora vamos ás nossas palavrinhas das quais quero falar.


"Aloha e Mahalo"
[Pronúncia: ah loh' hah e mah hah' loh]
"Se você quiser aprender duas palavras em havaiano, aprenda estas. Estas são duas das mais importantes palavras na lingua havaiana, representando um tanto quanto dos valores culturais.
No pensamento havaiano, as palavras possuem o mana [pronúncia: mah' nah], que significa o poder espiritual ou divino de cada um, e aloha e mahalo estão entre as palavras mais sagradas e poderosas.
Use estas palavras frequentemente, pois elas podem melhorar e transformar a sua vida. Mas seja cuidadoso ao usá-las, use APENAS se você verdadeiramente sentir aloha ou mahalo. Não explore estas palavras para ganhos pessoais, nem as coloque de forma frívola, usando-as sem necessidade ou sinceridade.
aloha e mahalo são quase que indescritíveis e indefiníveis como palavras únicas, difícil elas serem entendidas, elas devem ser experimentadas.
O mais profundo e sagrado significado está sugerido na raiz gramatical destas palavras. Lingüistas diferem em opinião quanto ao significado e origem, mas o que escrevo aqui me foi dito pelo Kupuna (ancião) do Halau (escola) que faço parte.
Em um nível espiritual, ALOHA é a invocação para o divino e MAHALO é a prece divina. Ambas são o conhecimento para aproximar-se da divindade
ALOHA [Alo = presença, frente, rosto] + [hâ = respiração]
"A presença da respiração divina"
MAHALO [Ma = dentro] + [hâ = respiração] + [alo = presença, frente, rosto]
"Que você esteja dentro da respiração divina."
Pense nelas como palavras únicas de bençãos e preces.

O que segue abaixo,é a tradução aproximada destas palavras, usando o português para defini-las:
ALOHA. 1. Aloha, amor, afeição, compaixão, misericórdia, simpatia, pena, sentimento, caridade; saudação, lembranças, amor, amante, o mais amada(o), amado(a); amar, apaixonar-se por, mostrar pesar, misericórdia; venerar, lembrar com afeição. Olá, Tchau, até logo, Passe bem..
Aloha `oe! [ah loh' hah oe!]
Que você seja amado! , Saudação para alguém, dar boas-vindas.
Aloha kâua! [ah loh' hah KAH'oo (w)ah!]
Que oconteça amizade ou amor entre nós! Saudações para você e para mim!
Aloha kâkou! [ah loh' hah KAH' kou!]
O mesmo que acima, só que para mais de uma pessoa.
Ke aloha nô! [ah loh hah NOH']
Aloha com certeza!
Aloha! [ Ah loh' hah!]
Saudação.
Aloha au iâ `oe. [ah loh' hah vau' ee (Y)AH' oe]
Eu amo você


MAHALO. 1. Obrigado, gratidão; agradecer.
Mahalo nui loa. [mah hah' loh noo'(w)ee loh'(w)ah]
Muito obrigado.
`Ôlelo mahalo [OH' leh loh mah hah' loh]
Cumprimentos
Mahalo â nui [mah hah' loh (W)AH' noo'(w)ee]
Muito obrigado.
2. Admiração, estima, respeito; admirar, rezar, apreciar.
`O wau nô me ka mahalo, [oh vau NOH' meh kah mah hah'loh]
Respeitosamente"

*Fonte: Pukui, Mary Kawena & Elbert, Samuel H., HAWAIIAN DICTIONARY, University of Hawai`i Press, Honolulu, 1986.


" Aloha tem dois significados principais:
O primeiro define Aloha como um cumprimento, ou seja, você pode dizer Aloha quando for falar ‘oi’ ou ‘tchau’.
O segundo define Aloha como o verbo amar, adorar, e o substantivo amado, adorado.
Para os havaianos, ALOHA significa muito mais do que um "alô", um "adeus" ou "amor". Seu significado maior é: compartilhar (alo) com alegria (oha) da energia da vida (ha) no presente (alo). Ao compartilhar essa energia nos conectamos ao Poder Divino, que os havaianos chamam de mana. E o uso amoroso deste poder é o segredo para se obter saúde, felicidade, prosperidade e sucesso verdadeiros.
Aloha :.amor, afeto, compaixão, clemência, graça, caridade, cumprimentando alguém, condolência, piedade, bondade, sentimento, amando alguém...ALOHA NUI = Amor Supremo."

" Assim como Aloha, mahalo deve ser esperimentado. Na língua havaiana significa respeito. Mahalo, que na nossa língua se pronuncia "marralo", também é comumente usada para agradecer alguém.
Mahalo.
Obrigado, gratidão; agradecer.
Mahalo nui loa. [mah hah' loh noo'(w)ee loh'(w)ah] Muito obrigado!
`Ôlelo mahalo [OH' leh loh mah hah' loh] elogio.
Mahalo â nui [mah hah' loh (W)AH' noo'(w)ee] Muito obrigado!
Mahalo â nui no kou kôkua pono. [mah hah' loh (W)AH' noo'(w)ee Koh' Kua Pô' Noo(w)] Muito obrigado por sua ajuda no momento em que mais precisei.

2. Mahalo. Admiração, elogio, estima, abraços, cumprimentos, admirar, elogie, aprecie.
`O wau nô me ka mahalo. [oh vau NOH' meh kah mah hah'loh] Eu sou, [seu] respeitosamente. Ka mea i mahalo `ia, Laki [kah meh'(y)ah ee mah hah'loh ee'(y)ah, lah' kee] O estimado"Laki".
Mahalo :obrigado, gratidão, agradecer."


ALOHA E MAHALO A TODOS!!